domingo, 20 de agosto de 2017

Temer, o ex-imediato malandro, tocando o barco furado.

Não é segredo que não votei em Temer e tampouco não confio nele, pois fora o fato dele ter se aliado ao PT por duas vezes, o mesmo participou, pelo menos de forma omissa, da farra que imperou neste país nos anos do petismo. Tanto que está envolvido na Lava-Jato e bastará sair da presidência para ser investigado e provavelmente condenado.
ENTRETANTO... Não se pode esquecer que, após a deposição por irresponsabilidade funcional da ex-presidente, ao menos no início:
- ele fez uma limpa na pelegada petista que aparelhava o primeiro e o segundo escalões do governo;
- Brecou a gastança, demitindo e enxugando, sob chiadeira geral, ministérios inúteis que só existiam nesta Terra de Santa Cruz.
- Moralizou o Itamaraty, lançando mão de José Serra (outro queimado por denúncias de corrupção), mas que fez por lá, inegavelmente, um excepcional trabalho, reafirmando nossa soberania e falando grosso com quem nos desafiou e ultrajou.
- Combateu as irregularidades da Lei Rouanet, sob estridentes protestos dos artistas que dela viviam (mas que sumiram todos do mapa, quando a União começou a expô-los e determinar a devolução dos recursos indevidos);
- Mexeu e melhorou o sistema de ensino, que vergonhosamente nos últimos anos vinha ocupando os últimos lugares em todos os rankings mundiais. Claro, sob protestos inflamadíssimos, pirotécnicos e cheios de canastrice dos vermelhos.
- Em meio a uma terrível adversidade (comparável a um pouso as cegas de um 747 sem ILS, eis que sem popularidade e sendo atacado de forma brutal e frontal pela Rede Globo em conluio com as esquerdas associadas e ressentidas pelo fato dele não ter renunciado: Além de conseguir dominar o Congresso para não permitir ser processado pelo momento, ainda dele conseguiu uma aprovação de uma reforma trabalhista que todos diziam ser impossível e que ninguém até hoje teve peito para mexer. Neste particular, eu tiro o meu chapéu pela capacidade de articulação e sangue frio deste, que é conhecido como "Drácula" (por causa de sua aparência assemelhada com Christopher Lee, que interpretava o vampiro de Bram Stoker nos anos 60 e 70 - cuja série, aliás, eu era fã, justamente por causa da resiliência do "nosferatu", outro ponto comum com nosso atual "presidento"). Em troca, o Congresso (além dos mimos do orçamento), exige uma reforma política de araque, que salve a maioria dos corruptos que infestam aquelas casas (Senado e Câmara). E eles estão cada vez mais ouriçados, pois o prazo de um ano em breve se esgotará.
Então... Depois desse breve histórico, vou comentar a respeito de um dos últimos desafios do Vlad do Planalto.
O tal do REFIS.
Pois bem... Há quem diga, com base no "impostômetro", que o Brasil arrecada monstruosamente.
Sim, arrecada. Mas não devemos nos esquecer que o valor apresentado pelo impostômetro é a soma dos tributos recolhidos pela União e todos os municípios e estados.
O valor é brutal. Mas não devemos esquecer os rombos deixados pelo PT, além dos custos naturais da máquina pública, inclusive folha de pagamento, principalmente das castas no Congresso, no Judiciário e até mesmo no Ministério Público.
E a realidade do Brasil é triste. 3,7 trilhões de dólares de déficit público (a 19,5% ao ano de juros pela divida pública e 5% ao ano pela dívida externa).
Assim, se por um lado a arrecadação parece ser uma mina de ouro, o rombo herdado do lulopetismo também é monstruoso! Some-se a isso um estado inchado e pronto, está instalada uma bela crise. Mas a diferença entre a arrecadação e os compromissos é de algumas dezenas de bilhões, alucinadamente perseguidos por nosso morto-vivo.
Nesse imbróglio, uma bela fonte de receita seriam os débitos privados junto à União.
Para começo de conversa, são débitos porque não foram pagos.
Estão executados e "sub judice", ou seja: Crédito? Sim. Muita grana? Sim. Balancearia as contas? Com certeza! Mas... É líquido? NÃO.
É, portanto, ovo no ovário e longe da cloaca da galinha.

Tenho ouvido a narrativa petista/socialista/progressista/comunista (que é uma merda só) nos últimos dias, se queixando de que o presidente teria "perdoado" a dívida de grandes devedores.
Isto não é bem assim! E calma, eu explico.
Ocorre que Temer tem pressa para tapar os buracos de seus antecessores e tem o maior interesse em entregar um país, se não em superávit, pelo menos saneado (não em queda livre como estava). Os cofres precisam de fundos "para ontem", pois como dito alhures, dinheiro vem, mas dinheiro vai (e como vai)...
É certo que há um monte de devedores sim, mas os entraves e trâmites judiciais impedem que tais créditos sejam percebidos imediatamente.
E É AQUI QUE ESTÁ O XIS DA QUESTÃO: Não haverá tempo suficiente para arrecadar essa gaita toda.
Optou a presidência pelo que é conhecido como "REFIS", que nada mais é do que uma forma de "propor acordo" aos devedores, oferecendo-lhes vantagens irresistíveis caso queiram pagar suas contas.
Isso implica em abrir mão dos juros e multas (não da correção monetária), ou seja: o capital corrigido.
Baita negócio. Só não adere quem é besta ou está quebrado mesmo.
Ocorre que abrir mão das multas e juros, equivale a abrir mão de 79 bilhões e é aí que as esquerdas encrespam.
Interessante que, como socialistas, eles (as oposições de esquerda) têm muito amor ao capitalismo, pois o que estão fazendo questão é da usura: juros e multas.
Entenderam?
Não que a União vá perder. Simplesmente vai deixar de ganhar. Mas de todo modo, o capital corrigido está preservado e haveria o aporte de dinheiro que o governo precisa para equilibrar as contas imediatamente (e não esperar as delongas das Execuções Fiscais, que demoram anos e às vezes décadas).
Mas o pior é que há quem entre na onda esquerdista para criticar o cara que, não é santo, mas está fazendo um trabalho que eu mesmo não sei se faria diferente, diante das circunstâncias e do tempo exíguo.

Eu comparo o Brasil pego por Temer com um barco enorme, superlotado, fazendo água (quase a pique) e à beira de um motim, cuja capitã, por incompetência irresponsável, foi chutada da ponte de comando, obrigando o Imediato a assumir a embarcação naquele estado deplorável a pouco mais de dois terços do caminho.

Bem... Pelo menos temos que reconhecer que parece que, pelo menos, parou de fazer água e não vai mais a pique... Pelo menos por enquanto.

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