segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Da série 'Artigos que eu gostaria de ter escrito'

Carta aberta a Luciana Genro:

Prezada Senhora:
A Sra. chamou-me de fascista porque eu, como milhares e milhares de brasileiros, opus-me ao patrocínio do Banco Santander à exibição de "arte" moderna de artistas "alternativos" sobre a 'diversidade' sexual.
Vamos lá:
1. Não sou fascista porque sou umbilical e visceralmente contra a esquerda. Eu não me sento à mesma mesa que esquerdistas, salvo se for para tentar salvar-lhes as almas. O fascismo foi e é um movimento político-ideológico fundado no pensamento socialista. Eu sou conservador e direitista, coloco Deus, a religião, o homem, a família e a iniciativa privada acima do Estado. Então, por favor, não tome a medida da minha índole moral com o mesmo metro que você mede a sua e as dos seus pares.
2. Antes de você me acusar de "homofóbico", seja lá o que for isso, saiba que eu não me insurgi contra a defesa dos interesses da "comunidade" LGBTS (tem mais alguma letra?), mas contra o incentivo indireto ao crime de pedofilia, a imoralidade da zoofilia e contra a blasfêmia, com possíveis nuances criminais.
3. Eu não me interesso por "arte moderna", quanto mais por artistas alternativos (alternativo, a rigor, no campo das artes, é um eufemismo para fracassado), nem me oponho ao que a "comunidade" LGBTS (???) faz. Eu me oponho a apologia ao crime, a desordem moral e aos ataques infames, indecorosos e ilegais à fé que eu professo, a mesma de mais da metade da população brasileira e a que é histórico-socialmente ligada ao país.
4. Assim como você tem o direito constitucional de falar bobagens, de disseminar o ódio e a luta de classes, de pregar a desestruturação social, de incentivar o esvaziamento da família (o único e verdadeiro modelo de família: pai, mãe e filhos), de atacar a fé cristã (católica, ortodoxa ou protestante), eu tenho o de defender valores, proteger a minha fé, desejar a presença de Deus no seio social, preservar tradições, amar a família (em seu modelo autêntico), de apreciar a economia de mercado, de buscar o bem comum do modo certo, não por meios falsos e mentirosos, como os propagados pelos socialistas. Acaso, aos seus olhos, o badalo do sino da democracia dobra apenas de um lado? Levantar o braço em riste, com o punho fechado, vestindo camiseta de Che Guevara é correto, mas fazer o sinal da cruz com a mão direita e invocar o santo nome de Jesus é errado?
5. Eu sou (ainda) sou correntista do Banco Santander, categoria Van Gogh, e tenho o direito, como consumidor, de exigir a retratação por política institucional absurdamente imoral e ofensiva, por algo que me abalou moralmente e me irritou. Isso é próprio da relação comercial. Aliás, mesmo que eu não fosse correntista, poderia e deveria fazer isso, como católico e como tio zeloso que não deseja uma sociedade moralmente desestruturada. Isso é próprio do jogo democrático. Imagine se o mesmo banco tivesse patrocinado algo que, de algum modo, atacasse suas convicções políticas e ideológicas? Você não se insurgiria? Ora, se você pode "gritar" pelo o que é efêmero e moralmente duvidoso, porque eu não posso lutar pelo o que é sagrado, moralmente correto, justo e digno?
6. Aliás, causa-me estranheza suas críticas ao Banco Santander pela retratação (muito aquém da devida) e pelo fim do patrocínio à exposição blasfemo-criminosa? Você não é marxista, não odeia a economia de mercado? Não sataniza o capitalismo? Explique-me então essa indignação com o fim de um patrocínio! Penso que há certa esquizofrenia nisso, não? Você da boca para fora abomina o capitalismo, mas interiormente deseja haurir, ainda que despida de mérito, seus bons frutos. Pergunto: a defesa do patrocínio seria alguma remissão à sua eterna condição de "PAItrocinada"? Pergunto: alguma vez você ganhou dinheiro na e da iniciativa privada ou sempre viveu às custas do Erário, sem qualquer tipo de concurso público? Não se lhe parece outra esquizofrenia social seu ódio declarado a tal "sociedade patriarcal" e viver às custas do seu pai até hoje, com idade relativamente avançada? Pergunto tudo isso não com raiva ou por discordar de tudo o que você pensa e defende, mas para uma profunda e íntima reflexão. Meu sincero desejo é que você busque a COERÊNCIA, algo que parece faltar aos socialistas em geral. Para alguém que se considera essencialmente política, você deveria saber que a COERÊNCIA é IRMÃ da CREDIBILIDADE.
7. Para seu desgosto, as pessoas de bem do país acordaram. Os cristãos são a maioria da população. Os que comungam dos valores morais judaico-cristãos entenderam que os espaços precisam ser ocupados e que o receio do patrulhamento ideológico e do histerismo falacioso de pessoas como você são combatidos com as mesmas armas sociais. Nós não nos calaremos mais e defenderemos, sim, nossos conceitos e valores. Nós temos o princípio democrático e o poder econômico ao nosso lado e o usaremos para abafar a voz estridente de uma minoria barulhenta, mas sem essência. Nós nos movimentamos pela preservação de valores e por amor ao que é certo. Nós não agimos em nome do caos ou por sentimentos rasteiros como inveja, recalque, ressentimento. Se fossemos assim, seríamos socialistas, não amigos da verdade.
8. Saiba, por fim, que a cada ofensa reagiremos com sabedoria. Nós não invadimos ruas e praças para cometer atos de vandalismos, nem auditórios para impedir pessoas exporem suas ideias, muito menos nos guiamos pelo cinismo, como você e seus pares costumam fazer. Mas, nós temos três poderosos aliados: a democracia, o poder econômico e, o mais importante, Deus. Estávamos adormecidos e você e os seus ocuparam espaços, doutrinaram jovens, presidiram salas de aulas e invadiram boa parte da mídia. Agora, acordados, recuperaremos esses espaços e diremos sem constrangimento algum: nossa maioria, nosso dinheiro, nossa fé, portanto, nossas regras no jogo social. Mas, fique tranquila, pois nós somos cristãos, não socialistas, por isso trataremos bem a você e os seus pares, afinal nós toleramos inimigos e odiamos os pecados e erros, não os pecadores e errados.
9. Saiba que meus colegas, amigos e eu estamos a nos articular para exigir retratação mais robusta do Banco Santander e a garantia de jamais patrocinar coisas abomináveis como o "evento" em destaque. Irei amanhã a Roma - onde rezarei também por sua alma confusa -, mas ao voltar cuidarei disso com máxima atenção. Aliás, eu tenho um agradecimento a fazer: aprendi contigo a lutar socialmente, mas com uma diferença: eu defendo valores e estou com a Verdade!

(Texto de Paulo Henrique Cremoneze)