Diante de alguns retumbantes fracassos no decorrer da história, infelizmente com custo pago com almas humanas, fez com que os marxistas desiludidos, de forma quase que invariável, em promover adaptações e "gambiarras" na teoria rejeitada pelo seu próprio criador mor, Karl Marx, o qual, após contatar com marxistas franceses no final da sua vida afirmou: "Se algo é certo, é que eu próprio não sou um marxista" (Getty, Rittersporn, Zemskov. "Victims of the Soviet Penal System in the Pre-war Years"). Esse "arrependimento" lembra muito ao arrependimento de outro alemão, Hans Kelsen e a sua "Teoria Pura do Direito" (porcaria usada pelo "reich" de Hitler).
Para se chegar ao comunismo utópico seriam, "grosso modo", necessários dois estágios ou fases, segundo a definição do próprio Vladmir Lenin:
Fase socialista: Conversão para o socialismo, através da luta de classes, em que o proletariado sobrepuja a burguesia e domina os meios de produção e a própria burguesia e implantando o Socialismo, no qual a sociedade controlaria a produção e a distribuição dos bens em sistema de igualdade e cooperação (como abelhas ou formigas).
Fase comunista: O processo socialista (fase anterior) culminaria no comunismo propriamente dito, no qual todos os trabalhadores seriam os proprietários de seu trabalho e dos bens de produção (mais que abelhas e formigas: abelhas e formigas com educação suíça), eliminando-se porém quaisquer traços de capitalismo.
Em outras palavras, o socialismo nada mais é do que a fase de transição entre o capitalismo e o comunismo. (e até agora não deu certo, forçando os teimosos apaixonados pela idéia original a tentar emendá-la remendá-la, revisá-la, recauchutá-la refutando sua eutanásia e persistindo em novos erros).
Pode-se afirmar, então, com segurança que:
a) Até hoje nenhum país chegou a ser comunista;
b) Para ser "socialista" é essencial que o sujeito seja comunista, eis que esse é seu objetivo principal. Logo: todo socialista é comunista.
Embora a sanidade de quem aceita o socialismo já seja questionável, o socialista que nega o comunismo denota:
- ou ignorância;
- ou insolúvel paradoxo sobre o quê ele quer da vida;
- ou vergonha do adjetivo pejorativo (xingamento) "comunista!" que pega mal (melhor ser chamado de "progressista")...
- ou comodismo (Ah... só o socialismo está de bom tamanho... precisa de comunismo não...), que é ignorância por indolência (ou a constatação de que tudo isso é uma merda, mas é tarde e falta humildade ou disposição para voltar atrás... afinal não sou o primeiro e nem serei o único equivocado...);
- ou desilusão a exemplo dos Social-Democratas (que também acham que o "socialismo democrático" está de bom tamanho) e outras gambiarras filosóficas;
- ou retardo mental.
Da mesma forma que os socialistas que acreditam que as teorias de esquerda são compatíveis com a democracia denotam:
- Ignorância;
- ou Má-fé (dizem isso só para enganar os democratas);
- ou retardo mental.
Vale dizer que não existe molho de mostarda sem mostarda (a não ser que seja bem fajuto); ou que existe fogão a gás que funcione sem gás ou fogo frio.
Assim, caro leitor petista (e que não pertence à classe operária): atenção e cuidado quando da próxima vez afirmar "Eu não sou comunista": Sinto muito, mas mentiram para você. Sua decepção é compreensível e perfeitamente escusável, desde que se emende, pois ser petista de classe média tradicional, comerciante, agricultor, profissional liberal, agropecuarista e industrial (dentre outros), embora não tão evidente por depender de estudo, equivale a ser um negro ou um judeu nazistas:
Autêntico gol contra!
Quanto às formas de conversão:
A implantação da primeira fase, o socialismo (o qual se revelou inepto já na experiência soviética), mostrou-se muito mais problemática do que se supunha (claro, o homem não é formiga: tem sentimentos, ambições e adora ser livre e independente, tem opiniões geralmente divergentes e a classe operária não é a única - aliás a luta de classes, como manifestação da ambição, é a prova do que eu digo nestes parêntesis). Vale dizer que o paradigma acima invalida de morte toda a teoria comunista/socialista.
Existem duas categorias para se tentar introduzir o socialismo:
- A tradicional luta armada (ou revolução forçada), com as experiências efetivadas na URSS, Cuba, Coréia, Vietnam, Camboja e China) e tentativas como na Colômbia pelas FARC, Sendero Luminoso no Peru, e aqui no Brasil o MNR (Movimento Nacional Revolucionário), ALN (Ação Libertadora Nacional), MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro), VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), AP (Ação Popular), POLOP (Política Operária), VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares) e dissidência (DVP que bem poderia ser "Devo, Você Paga", pois o Brizola torrou a grana que o Fidel lhe deu para fomentar esse grupo, comprando fazendas no Uruguai, hehehe), PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário), MOLIPO (Movimento de Libertação Popular), COLINA (Comando de Libertação Nacional), FALN (Forças Armadas de Libertação Nacional), POC (Partido Operário Comunista) além do próprio PCdoB e PCB (todos banidos), além de outros menos conhecidos ou importantes (como se vê, não faltou gente querendo o poder. O "partidão" e o Fidel gastaram uma nota preta com esses incompetentes).
- O Progressismo, bolado lá pelos anos 1930, tendo por expoente Antonio Gramsci - Uma mistura maldita de Marx com Machiavelli que, ao observar as táticas exitosas do Nacional-Socialismo alemão, o transpôs como método - que reputou muito mais eficiente que a luta armada para se implantar a fase transitória do socialismo.
(Aliás, que pena que esse peste tenha morrido jovem, antes de se arrepender da merda que escreveu, como Marx e Kelsen).
A primeira forma tentada para se converter uma civilização ao socialismo foi (no início por falta de método alternativo) por meio de revolução forçada, ou luta armada, ou seja, parte do povo (o proletariado e alienados simpatizantes) pega em armas e toma o poder para si (para fazerem as merdas que fizeram na URSS, Coréia, etc).
Mas isso cria um problema sério, como previu Antônio Gramsci, eis que numa civilização, a classe operária é só mais uma de muitas classes necessárias a uma sociedade humana sadia. Assim, é evidente que as classes que se sentem injustiçadas ou preteridas tendem à rebeliões, motins e ao êxodo, como se viu em toda experiência socialista fracassada, cujo fracasso ficou patente com aqueda do Muro da Vergonha, que separava Berlim e foi levantado para evitar justamente o êxodo dos descontentes, que até hoje acontece na ilha de Cuba, em que dissidentes tentam fugir de lá até mesmo a nado. Na Coréia de Kim Jong-un, verifica-se praticamente uma dinastia oriental, cujas fronteiras são praticamente intransponíveis aos pobres e alienados habitantes e que não se vislumbra a conversão para a fase final, pelo menos a curto prazo (mesmo com o nível de alienação a que vê daquele pobre povo).
Já a segunda forma, o progressismo, segue o pensamento de Antônio Gramsci, o qual evidentemente foi um atento observador do Nacional-Socialismo alemão e seu maior feito: a tomada do Reichstag por um partido obscuro, somente com publicidade (massiva e quase nunca verdadeira ou sempre maquiada) intrigas e infiltração, sem a necessidade de se pegar em armas, lançando mão da própria democracia para implodi-la.
Um momento histórico para esta segunda forma foi o da eleição de Salvador Allende, no Chile em 1970, que marcou a primeira eleição de um marxista, a qual não durou por motivos óbvios: não basta a eleição do líder, pois há também que haver simpatia e identidade de propósitos também por parte de parlamentares, militares e é claro do povo, o que era impossível na época, diante da política de J. Edgar Hoover, tido no mundo livre como uma espécie de herói intransigente anticomunista, com ações refletidas e conhecidas em todo o mundo.
Assim, mesmo que seja imprestável a experiência chilena de se eleger um marxista, por ter sido quase imediatamente removido, o fato do mesmo ter sido eleito mesmo com todo o repúdio anticomunista da época, foram a prova de que tal alternativa poderia significar o futuro.
Depois da derrota da primeira forma, tentada no Brasil nos anos 1960 e sufocada pelos militares (assim como no Chile nos anos 1970), os anistiados não desistiram da ideia de implantação do regime socialista no Brasil e a esquerda, com a ajuda da mídia, cujos jornalistas são 99% de esquerda) então se articulou para satanizar o chamado "direitismo" assim como é o "comunismo" ("Seu comunista!" ainda é xingamento horroroso na minha região, mais ou menos como "Excomungado". Há quem prefira ser chamado de bastardo ou corno)... Neste sentido, eu vi um jornalista (claramente esquerdista) no "Roda Viva" perguntando a um entrevistado se o mesmo não se chateava em ser chamado de "direitista" - exatamente usando a mesma conotação pejorativa que existe no interior, mas em relação ao "comunista".
E eles sabem disso. Assumir-se comunista (corolário lógico e obrigatório do socialista) é algo que, quando a circunstância não exija logo uma negativa direta, deve ser feito discretamente, usando de eufemismos e sinônimos: nunca "comunismo"! Raramente "socialismo" ("social" pode...). De outra forma, "Franksteins socialistas" como como o petismo nem teriam a chance inicial que tiveram, mantendo-se eternamente nanicos como o PSTU e os próprios PCB e PCdoB, que não crescem por serem escancaradamente "assumidos" no erro, nunca terão a confiança do povo.
O progressismo é (além de ser um eufemismo à palavras comunismo e socialismo) nada mais é, então, que a alternativa à luta armada objetivando a tomada gradual do poder pelo... socialismo!
Progressismo não é sinônimo de progresso. Pelo contrário, é o regresso, é o retrocesso. É a busca, (progressiva) através da própria democracia em alcançar o estado totalitário Socialista (como açodadamente revelou o caudilho Hugo Chavez). Exatamente o mesmíssimo socialismo que se implodiu no leste europeu e ásia por seus próprios deméritos, o mesmo socialismo que leva a morte e a miséria aos países asiáticos que tiveram o infortúnio de enveredar por essa forma mal concebida, pífia e sabidamente falida.
Assim, no que diz respeito ao Brasil, diante do fracasso da luta armada dos anos 1960 em tomar o poder e o natural repúdio do povo em geral ao comunismo, iniciou-se a experiência progressista brasileira, cujo representante máximo é o Partido dos Trabalhadores, discreta mas profundamente marxista leninista que, em coalizão com a esquerda em geral já obteve os seguintes êxitos:
- Maioria do congresso, que possibilitou o sufocamento da direita (mesmo em uma aliança instável com o PMDB);
- Hegemonia de esquerda na politica, onde a oposição também é esquerda (a Social Democracia), mas injusta e absurdamente taxada de ser de direita (desviando a atenção e desinformando o povo);
- Maioria no Supremo Tribunal, que em tese livraria seus líderes dos incontestáveis e inegáveis excessos, ou no mínimo abrandaria eventuais penas (tal qual a de Hitler em 1925, a qual possibilitou ao mesmo escrever "Mein Kampf");
- A degradação da qualidade acadêmica, com o fim de barreiras intelectuais de seleção, admissão e aprovação, abolindo-se, inclusive, a reprovação, formando-se assim um amontoado de analfabetos funcionais graduados, gratos ao partido, uma vez que provavelmente não teriam acesso à graduação nos moldes tradicionais.
- Subserviência do povo, o qual vota por conta de programas assistenciais de fome, não se importando se, na verdade, enquanto o escraviza com esmolas, transforma o país num novo Fransktein socialista, inclusive tirando finalmente desse mesmo povo o mesmo poder de decisão que permitiu sua desgraça.
Sim, estamos à beira do abismo.
O mesmo abismo e a mesma arapuca em que toda a União Soviética caiu em outubro de 1917 e só conseguiu se livrar em setembro de 1991 após um custo em vidas que faz de Hitler um reles trombadinha, um amador. Isso fora o custo material e moral daqueles pobres países e seus pobres povos.
Sim, querem repetir essa merda aqui.
E você?
Apoiará isso?
Em outro momento falarei sobre a Social-Democracia, o Eco-socialismo e outros "Franksteins socialistas": outras experiências esquisitas da "Nova Esquerda".